14 de abril de 2010

fica ao menos o tempo de um cigarro.


Fica ao menos o tempo de um cigarro, evita
comigo que este tempo ande. Lá fora estão as
casas, vive gente perto do candeeiro, o som
que nos chega apagado pela distância só
denuncia o nosso silêncio interrompido.
Ajuda-me, faremos o inventário das coisas
que quisemos fazer e não fizemos, mágoas
que deixámos esquecidas entre o ruído das
cidades. Fica, não te aproximes, nenhum
dia é menos sombrio, quando anoitecer vamos
ver as árvores caminhando cercando a casa.
(hélder moura pereira)

e todas as noites ele partia deixando para trás a promessa de voltar amanhã. e todas as noites ela o via partir junto à janela, agarrada àquelas palavras, seguindo com o olhar o homem que se misturava com o horizonte. a promessa de um amanhã mais demorado. maldito relógio que assinala a hora de partida dos amantes.

2 comentários:

Josephine disse...

porquê Ana, porquê??
isto é lindo demais, isto é familiar demais... oh, "odeio-te"*

L0tus disse...

o truque é aproveitar o tempo em que estamos juntos